segunda-feira, 13 de julho de 2009

DA PROPAGANDA DA PEDRA LASCADA À COMUNICAÇÃO HIPERINTEGRADA.

Não se sabe direito se foi um risco, uma inscrição rupestre, um grito, um gesto, mas o homem sempre procurou se comunicar na história. Evoluiu em tudo, darwinianamente.Tá certo que nesta evolução deixou rastros de atrocidades e até utilizou esta comunicação para exaltar seu império com bandeiras, flâmulas, brasões, e aí nasceu o designer de marcas, o diretor de arte.

O cliente, na época, já era rei! Ou pelo menos, príncipe. Mas o redator veio antes. Ele escreveu um tal de "10 Mandamentos", que na verdade eram 11, mas o cliente, na época, que se achava um Deus (hoje em dia não mudou muito, não), resolveu dar seus "pitacos" e mandou tirar 1 mandamento. Fora que nos outros, alterou palavras fundamentais, trocou o sentido, um terror! E aí, a coisa foi evoluindo. Surgiu o Gutemberg e a primeira gráfica. E com o descobrimento de que, através da destilação da cana obtinha-se a cachaça, surgiram os produtores gráficos. Umas figuras raras! E para isso virar agência, só faltava aquele cara que tivesse acesso fácil aos poderosos da época pra falar: "20% é meu e o restante a gente racha em 3, beleza? Há! E tem os custos de planejamento, criação, produção e finalização. E, Gutemberg, 15% da parada também é minha!" Aí, ele casou com uma loira famosa que se notabilizou por ter namorado um ídolo do automobilismo, e pronto! Voilá! Surgiu o contato, que por sua vez se aliou a uma sedutora corrupção que já campeava este país-continente desde que os donatários das Capitanias Hereditárias, nos primórdios da colonização brasileira, já subornavam os fiscais da Coroa Portuguesa pra driblar os altos impostos da época (e por isso a voracidade fiscal até hoje em nossa Economia). Mas, retomando o tema inicial, a evolução conduziu às agências, que eram, a princípio, modelos clássicos "Ogilvinianos" (a Escola de David Ogilvy) e "Hopkinianos", em alusão a Claude Hopkins, autor do famoso livro "A Ciência da Propaganda", que foram os fundadores da Escola Americana, referência da propaganda nacional.

Ou seja: uma baita idéia, peças fantásticas (TV, rádio, outdoor, anúncios em revistas e jornais) e promoção, que era feita por um "estúdio" especializado, com umas coisas tipo Leve 3 Pague 2 e splashes que pareciam Carnaval. Ai, surgiu a Comunicação Integrada, co-irmã da evolução tecnológica dos novos meios, como a internet, o celular, as redes de relacionamento, como Orkut, MSN e Facebook, até culminar no Twitter como o expoente máximo e o novo "layer" de expressão da interatividade e conectividade em tempo real e antecipando e debatendo a informação antes que ela seja "pasteurizada" pela conveniência ideológica da mídia e dos grandes grupos financeiros que dão suporte a ela. Mas a propaganda mudou. Evoluiu para esta comunicação multimeios, em que as agências têm que pensar desde uma ação de guerrilha, um viral, uma adesivação maluca, uma intervenção fora-do-comum, um hotsite, uma ação crossmedia, um Querry Code, SMS, enfim, os universos são múltiplos e tornam-se verdadeiros desafios à nossa imaginação em pensar o novo. Como deve ser a mensagem publicitária, em forrma, conteúdo e atratibilidade, nestes novos meios?Algo além de título, texto, foto bonita? E mais: como estes novos meios podem ser mais do que veículos de mensagens publicitárias, e estas próprias mensagens levem em seu bojo, embutidas solidamente, uma nova consciência humana?

Pensem. Mas pensem com amor à profissão e à inteligência das futuras gerações deste planeta tão bonito e acolhedor, que merece muito mais conteúdo do que um simples programa de auditório de domingo. E tenho dito.

Caio Teixeira é redator, escritor e também já atuou como diretor de criação em várias agências em 30 anos de carreira, atendendo a todo tipo de job, desde anúncio de cachorro perdido até grandes campanhas, algumas adaptadas para toda a América Latina. Inclusive nestes novos meios.http://teixeiracaio.sites.uol.com.br

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