segunda-feira, 6 de julho de 2009

OS TERRÍVEIS "MONSTROS" REVISORES.

Eles destróem. Trucidam. Vilipendiam. Torturam até sobrar apenas vestígios agonizantes de algo que um dia foi um texto publicitário, escrito com alma, estilo e um raciocínio, uma lógica de condução, uma sonoridade.

Pode parecer uma abstração muito grande, mas na verdade, existe uma crítica embutida na questão, que é a relação entre a revisão e a criação da agência (no caso, os redatores e diretores de criação x os "Terríveis Revisores").

Revisão é sintática, gente! Mas quando levada a ferro e fogo, invade a semântica, o universo sagrado da significação, que é imaculado, único.

Alguém se atreveria a mudar o final de "Adeus às Armas", obra-prima de Ernst Hemingway, que ele mesmo confessou ter reescrito 30 vezes, até ficar plenamente convencido? Ou mudado o início de "Forrest Gump"?

Mas nas agências, a supremacia dos revisores sobre os redatores é cruel.

Destrói o duplo sentido, a analogia, a jogada de texto, a liberdade de estilo, a expressão mais popular, enfim, nada disso pode. Parece uma Era Vitoriana, uma ditadura nas letras que Chico Buarque driblava, como o craque que é nas palavras, uma Inquisição. A Era das Trevas trouxe a pior das violências, aquela que é silenciosa, que mata a inteligência, mata a peça que poderia

ser o máximo, mas ficou apenas e sofrivelmente "legalzinha".

Matando a propaganda. E pior: matando quem fez o texto.

Alguém tem que revisar isso!!!!!!!!

Caio Teixeira é redator, escritor e também já atuou como diretor de criação em várias agências em 30 anos de carreira, atendendo a todo tipo de job, desde anúncio de cachorro perdido até grandes campanhas, algumas adaptadas para toda a América Latina. Até hoje, tenta fugir dos revisores, mas em vão.http://teixeiracaio.sites.uol.com.br