quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O VÍRUS INFLUENZA PUBLICITARIUM

É um vírus muito comum, acometendo todas as pessoas que desde a infância são admiradoras desta glamourosa profissão, ou que os pais ou parentes próximos são publicitários e acabam transmitindo o vírus. É o meu caso. Filho de publicitário, que era redator, diretor de criação e depois dono de agência, fui facilmente contaminado, desde tenra idade.. E você sabe, este vírus Influenza Publicitarium (Influência Publicitária, traduzindo do latim), não tem cura. A partir do momento em que pegou, já era. Vai morrer publicitário. E publicitário não é só uma profissão. É uma doença mesmo. Você não consegue se desligar. Mesmo fora da agência, lá estou eu, anotando uma idéia nova no trânsito, no banheiro, no barzinho tomando uma cerveja, acordando às 3 da manhã para fazer um rough.Vou ao cinema e fico observando os enquadramentos diferentes, seqüências, planos, trilhas e argumentos originais para aplicar nas campanhas. Vou ao shopping e fico vendo o material de PDV, a arquitetura promocional.Vou ao parque e fico imaginando como aproveitar os espaços publicitários de lá.Vejo o cardápio do restaurante e tento na minha imaginação mudar a diagramação do menu, as cores, até o nome do estabeleciomento. E até no motel, para excitar, uma revistinha Archive vai bem. Isto é, vivo, penso, respiro, sonho e transpiro propaganda. Na internet, os assuntos de comunicação não estão nem nos Favoritos. Estão nos Essenciais. E provavelmente, quando eu deixar este planeta, migrarei para algum lugar no plano espiritual que é mais ou menos como uma agência. Porque publicitário não morre. Dá um tempo. Mas aí, espero que lá só tenha o lado bom. Que os anúncios não sejam fantasmas. Que as relações sejam transparentes. Que os conceitos evoluam. Que os mídias virem médiuns. Que os profissionais sejam Justus. E que a gente possa reencarnar como leão. De Cannes. Nem que pra isso a gente tenha que se transformar de peixe em cachorro. Afinal, a propaganda é a alma do negócio.

Caio Teixeira é redator, escritor e também já atuou como diretor de criação em várias agências em 30 anos de carreira, atendendo a todo tipo de job, desde anúncio de cachorro perdido até grandes campanhas, algumas adaptadas para toda a América Latina. Até hoje, continua contaminado pelo vírus publicitário, em estágio grave. http://teixeiracaio.sites.uol.com.br

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